Xobineski Patruska

Thursday, February 17

 

Nesta época...

...de estudo intensivo para os exames e de aprofundamento de conhecimentos sobre diversas matérias, como semiótica ou sistémica, torna-se inevitável um post sobre aquilo que não me sai da cabeça: a televisão.

Confesso que encarei com apreensão o fim do Sol Música. Embora me fosse completamente indiferente, sei que para muitas pessoas o Sol Música era mais do que um simples canal televisivo. Era o símbolo de toda uma geração de jovens inadaptados numa sociedade que não os compreendia. No caso da minha geração, a de 86, há obrigatoriamente que dividir os jovens inadaptados nas seguintes categorias: góticos inadaptados, metaleiros inadaptados, bimbos inadaptados, hip-hoppers inadaptados, betos inadaptados, mitras inadaptados, indies inadaptados, dreads inadaptados, urbano-depressivos inadaptados, ravers inadaptados, geeks inadaptados, surfistas inadaptados, freaks inadaptados e sk8er punks inadaptados. No fundo, todos ninux e ninax inadaptados com causas tão justas como "paXeM +eVaNesCeNcE". Não os subestimem. E não subestimem o que o Sol Música representou para eles. Uma xala d engats.

Para substituir o Sol Música, apareceu o Biography Channel. Este último cortou de raiz com a forte componente escrita do anterior: utiliza a dobragem de vozes em vez das habituais legendas. Isto é um claro investimento no target das pessoas que usam lentes de contacto e que não conseguem ver nada na televisão depois de as tirar, à noite. Target que até então se encontrava confinado ao Gigashopping e ao Odisseia.

Claro que também tenho óculos. Mas só nós, usadores-de-lentes-de-contacto, sabemos quão longo e penoso é o percurso da nossa cama quentinha até à terceira gaveta a contar de baixo de um armário do outro lado do quarto, só para os ir buscar.

Fazendo parte desta minoria, congratulo-me pela existência do Biography Channel. Até há bem pouco tempo as pessoas não tinham noção deste drama. Há algumas semanas passei três horas em frente à televisão a percepcionar pouco mais do que uns ruídos difusos e uma imagem praticamente contínua e monótona. Acreditem que foi uma experiência degradante. Ainda mais degradante depois de perceber que afinal estava em frente ao microondas.

O único ponto negativo a apontar ao Biography Channel prende-se com o conteúdo de algumas biografias. Um exemplo: na biografia da modelo Rachel Hunter o narrador enuncia o que a torna numa manequim especial: "Rachel tem curvas de mulher ao invés do ar macilento das outras modelos."

Ora, isto pode ser uma ofensa para as eventuais espectadoras sensíveis e míopes que não têm curvas de mulher e cuja única coisa de modelo que possuem ser precisamente o seu típico ar macilento. Cuidado com estas frases senhores do Biography Channel. Eu juro que vou ali à Sic Mulher e atiço-lhes a Oprah Winfrey. A sério que o faço.

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